O que é a Leishmaniose?
A Leishmaniose é uma doença provocada por um protozoário (parasita microscópico) do género Leishmania, que infecta canídeos e ocasionalmente o gato e roedores. Além disso, a Leishmaniose é uma zoonose, ou seja, pode infectar o Homem, particularmente os indivíduos imunodeprimidos, já que normalmente o nosso sistema imunitário consegue combater eficazmente este parasita, ao contrário do cão.
É uma doença crónica debilitante que pode ser mortal, caso o seu companheiro não seja submetido a cuidados médico-veterinários.
Em Portugal existem duas formas de manifestação clínica da doença: a forma visceral, que é a mais grave e a forma cutânea.
Esta doença atinge canídeos de qualquer raça, sexo ou idade, embora as infecções sintomáticas sejam mais comuns a partir dos nove meses de idade.
Como se transmite?
A via de transmissão mais frequente é através da picada de um mosquito do género Phlebotomus, pelo que os canídeos residentes em zonas onde existam estes insectos são potenciais alvos durante os meses quentes (de Março a Outubro), particularmente durante a aurora e o crepúsculo do dia (lusco-fusco). De igual modo, o Homem só poderá ficar infectado se for picado.
A fêmea do mosquito ingere sangue de um vertebrado infectado, ingerindo também o parasita. Este vai multiplicar-se no aparelho gastrointestinal do insecto e quando este se voltar a alimentar, vai inocular o parasita na corrente sanguínea do novo hospedeiro. Caso o sistema imunitário deste último não o consiga eliminar, o animal (ou Homem) vai ficar infectado.
Esta doença pode ainda ser transmitida por via placentária de mãe para filho, ou por transfusão sanguínea de sangue contaminado.
Quais os sintomas?
É importante referir que a Leishmaniose pode ser assintomática, ou seja, um animal infectado pode não manifestar alterações clínicas durante algum tempo.
Nos casos sintomáticos existem lesões ao nível de muitos orgãos, uma vez que a Leishmania pode disseminar-se sistemicamente. Assim, animais com lesões de pele, hiperqueratose nasal e/ou digital, queda anormal de pêlo, crescimento excessivo das unhas, perda progressiva de pêlo, apetite diminuído, intolerância ao exercício, depressão, problemas oculares, corrimentos ou hemorragias nasais, diarreia, vómitos ou que bebam muita água e urinem em demasia, devem ser levados ao médico veterinário para despiste de Leishmaniose.
Se o cão não apresenta sintomas, deve fazer o despiste da Leishmaniose?
Sim, deve fazer-se o despiste de Leishmaniose particularmente durante o Outono, uma vez que o animal poderá ter sido infectado durante a Primavera ou Verão anteriores. Os cães que habitem em zonas de mosquito (como por exemplo, perto de rios ou de lagoas) e/ou passem a noite ao ar livre, estão mais sujeitos a serem picados, pelo que são considerados animais de risco, devendo fazer, pelo menos, um controlo anual.
O despiste de Leishmaniose é muito importante, não só pelo bem-estar do seu amigo, mas também pelas suas características zoonóticas (afecta o Homem).
Como se previne a Leishmaniose?
Felizmente, muito em breve existirá uma vacina efectiva contra a Leishmaniose, o que auxiliará em muito as medidas preventivas já existentes.
Como é veiculada por um mosquito, é necessário proteger o seu fiel companheiro durante as horas críticas (quando a fêmea do mosquito se alimenta), ou seja, final da tarde, noite e início da manhã.
Uma vez que poderão existir pequenas alterações ambientais que permitam ao mosquito mudar o horário de alimentação, ou mesmo alterações no quotidiano do seu amigo, torna-se essencial que o proteja com produtos que impeçam as picadas. Existem coleiras, champôs ou spot-on (ampolas) especiais para esse efeito. Peça conselho ao seu médico veterinário para optar pelo produto mais apropriado ao seu companheiro.
Não se esqueça que a Leishmaniose é uma realidade em todo o território nacional, que pode matar o nosso amigo e contaminar o ser humano. Além disso, o nosso cão pode estar infectado sem apresentar sinais clínicos.
PROTEJA-SE, PROTEGENDO-O !!!